Julho tem sempre um ritmo próprio. É mês de pressa, de fim de ciclo, de correrias para fechar processos antes que o mundo abrande — porque sabemos que agosto chega e, com ele, vem aquela pausa quase sagrada, como se tudo ficasse suspenso até setembro. Para mim, e para muitos, julho é tempo de trabalho intenso. É aquele ponto no calendário em que sentimos que é agora ou nunca. Que há que terminar o que se começou, fazer balanços, encerrar capítulos — ou preparar recomeços.
Este ano, esse sentimento está ainda mais presente. Com eleições autárquicas à vista, sente-se no ar uma mistura de fim e de início, de reflexão e de projeção. É inevitável: olhamos para trás e medimos o caminho feito. E neste espaço — nosso, do jornal, das pessoas — fazemos esse balanço no tempo certo.
Sem pressa, mas com verdade.
Nestes quatro anos, Vila do Conde não parou. Cresceu, melhorou, foi cuidada. Há sinais desse caminho por toda a parte: nas escolas renovadas, nos bairros habitacionais que nascem, nas árvores plantadas, nos centros de saúde a abrir portas, nas estradas reabilitadas, nas freguesias que deixaram de estar esquecidas.
A educação ganhou novo fôlego com escolas completamente reabilitadas, como as de Macieira, Retorta, Guilhabreu — e muitas mais. É mais do que tijolo: são espaços dignos, onde os nossos filhos podem crescer com igualdade de oportunidades. Mas a aposta não ficou pelos edifícios. Os apoios às famílias cresceram. Foi criado o Cheque Educação, para ajudar nas despesas escolares, e o Cheque Ensino Superior, para apoiar os jovens vilacondenses que querem continuar a estudar, mesmo quando o orçamento familiar é curto. São medidas que fazem diferença real.
Na saúde, o novo Centro de Saúde das Caxinas está quase pronto — moderno, funcional, pensado para responder melhor a milhares de utentes. Na habitação, o que durante décadas foi promessa tornou-se realidade: projetos saíram do papel, obras avançaram, e há já famílias com novas chaves na mão. É um compromisso com a justiça social — e numa escala nunca antes vista em Vila do Conde.
Mas também houve pequenas (grandes) conquistas que melhoraram o dia a dia: a água mais barata — finalmente! —, depois de anos de protestos justos. A nova ecovia do rio Ave, já em obra, que liga lazer, natureza e sustentabilidade. A frente atlântica mais cuidada, os eventos culturais que voltaram a ter alma e casa, a juventude chamada a participar, a marca Vila do Conde que se afirmou dentro e fora de portas.
E há ainda uma conquista simbólica e concreta: a instalação do Centro de Estudos Judiciários no Convento do Carmo, que traz para Vila do Conde um novo prestígio institucional — e novas oportunidades. Tal como em todas as freguesias, do litoral ao interior, onde se investiu, se ouviu e se esteve presente. Porque a coesão territorial tem de ser vivida, não apenas prometida.
Sim, há muito por fazer. Mas há, sobretudo, muito que já foi feito. E esse caminho merece ser reconhecido — independentemente da cor política de quem o percorreu e liderou. Neste caso, Vítor Costa, com a sua equipa, deixou obra feita. E isso conta. Porque o que importa é Vila do Conde.
A política, como gosto de lembrar, deve ser espaço de disputa saudável de ideias — nunca campo de insultos e desconfiança. E é com esse espírito que fazemos este balanço: com o coração cheio e os olhos no horizonte.
Que venha agosto, com o seu tempo de pausa e reflexão. E que venham setembro e outubro, com novas escolhas, novos desafios, novas páginas por escrever.
Mas hoje, com verdade e com orgulho, dizemos:
Vila do Conde está melhor. E isso é de todos nós.