Curtas Vila do Conde 2025: conhecidos os grandes vencedores da 33.ª edição

Foram revelados este sábado, 19 de julho de 2025, os vencedores da 33.ª edição do Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, numa cerimónia marcada pela celebração do melhor da criação cinematográfica contemporânea. Os prémios foram atribuídos nas diversas competições do festival, com base nas escolhas dos júris oficiais e do voto do público.

Competição Internacional: Uma crítica afiada ao mundo contemporâneo

O Grande Prémio [DCN Beers] foi atribuído a ALIȘVERIȘ, de Vasile Todinca. O júri destacou a forma como o filme transforma o quotidiano de uma personagem marginalizada num retrato crítico e visualmente impressionante da realidade urbana sob o capitalismo.

Na categoria de Animação [ESMAD], WORLD AT STAKE, de Susanna Flock, Adrian Jonas Haim e Jona Kleinlein, venceu pela originalidade com que usa eventos desportivos e videojogos para criar uma metáfora provocadora sobre a sociedade atual.

O prémio de Melhor Documentário [ESMAD] foi para BEING JOHN SMITH, de John Smith, um autorretrato profundamente político, que reflete sobre o papel do artista num mundo em colapso, com destaque para a atual crise em Gaza.

Na Ficção [ESMAD], o filme WHAT MARY DIDN’T KNOW, de Konstantina Kotzamani, impressionou pela sensibilidade com que retrata o primeiro amor e a juventude, com uma estética rica e um tom emocionalmente ressonante.

O Prémio do Público [Fricon] foi para COMO SI LA TIERRA SE LAS HUBIERA TRAGADO, de Natalia León, enquanto o filme português SOL MENOR, de André Silva Santos, foi o escolhido como Candidato ao European Film Awards 2026.

Competição Nacional: Vitória sensível para o cinema português

SOL MENOR, de André Silva Santos, arrecadou também o prémio de Melhor Filme na Competição Nacional, sendo destacado pelo júri pela sua narrativa íntima sobre luto e relações familiares, e por um trabalho visual e emocional subtil e refinado.

Na escolha do público, o prémio foi atribuído a PORQUE HOJE É SÁBADO, de Alice Eça Guimarães.

Cinema experimental e novas vozes em destaque

Na Competição Experimental, o prémio de Melhor Filme [Centro de Arte Oliva] foi para DARIA’S NIGHT FLOWERS, de Maryam Tafakory, uma obra que desafia convenções e explora o universo feminino através de uma linguagem visual poética e crítica.

Já na Competição Take One!, dedicada a escolas de cinema, HOMEM, de Fábio Zilbermann Iuchno, venceu o prémio de Melhor Filme [Showreel], sendo elogiado pela abordagem humana e empática ao sistema prisional. A Melhor Realização [Blit] foi atribuída a Daniela Tietzen, Luana Rodrigues e Adriana Andrade por PELAS COSTURAS, um retrato sensorial da feminilidade e do crescimento.

Vídeo Musical e My Generation

O prémio de Melhor Vídeo Musical [Louie Louie] foi entregue a MEMÓRIA DE PEIXE – GOOD MORNING, realizado por Miguel Nicolau, enquanto na Competição My Generation [Auto Bemguiados], dedicada a jovens cineastas, HOME SWEET HOME, de Tiffany Deleuze, foi o grande vencedor.

Com mais de três décadas de história, o Curtas Vila do Conde continua a afirmar-se como um dos festivais de cinema mais relevantes a nível nacional e internacional, promovendo novas vozes, linguagens inovadoras e o talento emergente do cinema português e mundial.